Um tema que tem ganhado alguma notoriedade nos últimos tempos é a possibilidade de reversão da vasectomia. Esse procedimento é possível, mas o tema deve ser tratado de forma mais abrangente, e não apenas à luz unicamente da abordagem técnica.
A vasectomia é uma técnica para esterilização masculina, ou seja, ela torna o homem incapaz de fecundar a parceira sexual por meio natural.
O procedimento de esterilização masculina consiste em um corte do ducto deferente. Esse ducto está localizado na bolsa testicular, no trajeto dos espermatozoides. Por meio de uma técnica microcirúrgica, é feito um corte na bolsa testicular, através do qual o cirurgião acessa o canal deferente e faz a secção. Esse corte impede que os espermatozoides completem o caminho entre os testículos, onde são produzidos, e a próstata.
A microcirurgia é a técnica mais adequada, levando em conta uma possível futura reversão. Quanto ao pós-operatório, pode haver um pequeno incômodo nos testículos, que pode ser controlado com o uso de analgésicos.
Como é a cirurgia de reversão
A cirurgia de reversão consiste no processo inverso, mas não é tão simples quanto a de esterilização. Nela, o cirurgião faz uma incisão no saco escrotal, identifica as partes do canal deferente seccionadas, faz a ligação e restabelece a condição e o fluxo para os espermatozoides. Para isso, no entanto, é necessário o uso de microscópio e a taxa de êxito não é tão otimista quanto a de esterilização, processo em que os tubos deferentes são amarrados, gerando maior pressão no testículo, levando o organismo a reduzir progressivamente a produção de espermatozoides e causando a atrofia dos canais.
Presume-se que, a partir dessa intervenção cirúrgica, o homem se torne novamente capaz de engravidar a parceira. Há, no entanto, algumas condições para que isso ocorra.
Do ponto de vista do homem, propriamente, a cirurgia tem maior possibilidade de sucesso se a esterilização tiver sido realizada há menos de 10 anos. Quanto menos tempo tiver decorrido da primeira cirurgia, maior é a possibilidade de sucesso. Após 10 anos, a taxa de êxito é de apenas 30%.
O outro fator de sucesso é a condição da parceira. O ideal é que ela tenha idade inferior a 35 anos e, além disso, é preciso ter a certeza de que reúna todas as condições para a fecundação.
Em muitos casos, apesar de identificada a presença de espermatozoides saudáveis no curso da cirurgia de reversão, o procedimento pode não ser coroado de êxito. Nesse caso, o paciente pode optar pela fertilização in vitro, por meio da técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
Como lidar com a decisão de fazer a cirurgia
A possibilidade de reversão da vasectomia é uma garantia ao homem de poder voltar atrás numa decisão importante, mas sempre é bom levar em consideração o risco de a cirurgia não dar certo.
Há uma série de fatores que envolvem a decisão de recorrer à esterilização masculina ou feminina. Variáveis como planejamento familiar, estilo de vida e questões religiosas interferem e norteiam tal decisão. A maioria dos homens acaba optando pela esterilização para ter mais liberdade na vida sexual, mas essa decisão tomada de forma precoce pode gerar arrependimentos.
Mesmo quando alinhada a um planejamento familiar, a vasectomia pode se transformar numa dor de cabeça na hipótese de um segundo casamento, por exemplo. Logo, o melhor é medir os prós e os contras e tomar a decisão de forma bastante consciente.
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