Todo mundo já teve, ao menos uma vez na vida, uma sensação de descontrole sobre a vontade de fazer xixi. Esses episódios são comuns, principalmente quando ingerimos muitos líquidos. Porém existem pessoas que sofrem constantemente com esse problema, de maneira crônica. Esse problema tem nome e sobrenome: bexiga hiperativa.
Bexiga: Entenda mais sobre o órgão
A bexiga é um órgão que tem como principal função receber a urina produzida das substâncias que o rim filtrou do sangue. Ela é uma víscera oca, que possui grande capacidade de distensibilidade. O órgão consegue comportar em torno de 700 ml a 800 ml.
A bexiga hiperativa
Se entende por bexiga hiperativa o caso de pessoas que sofrem com grande dificuldade de segurar a vontade de urinar. Ela é caracterizada pelo elevado número de vezes que se vai ao banheiro, por incontinência urinária noturna, além da incontinência de urgência. A vontade de urinar é sempre súbita, como se sempre fosse urgente. Mais do que 8 micções, num intervalo de 24 horas, pode ser um indício de bexiga hiperativa.
Apenas 10% das pessoas que sofrem com esse problema chegam a buscar ajuda médica, a maioria das pessoas confundem o problema com uma infecção urinária ou acham que é algo natural da idade avançada. Com isso, o problema segue sem tratamento.
Causas da bexiga hiperativa
A causa primária de bexiga hiperativa está relacionada com uma contração imprópria do músculo detrusor. Essa contração causa a urgência de ir ao banheiro, mesmo que a bexiga não esteja completamente cheia.
Alguns dos problemas que podem iniciar esse descontrole do músculo detrusor, são:
- Lesões traumáticas na medula;
- Esclerose múltipla;
- AVC;
- Doença de Parkinson;
- Mal de Alzheimer;
- Insuficiência cardíaca;
- Infecção urinária;
- Aumento da próstata;
- Cálculos na bexiga.
Há também casos onde a bexiga hiperativa não está relacionada a nenhum motivo aparente. A idade avançada pode ser um fator de risco para a hiperatividade do músculo detrusor. Outros fatores que compõem o grupo de risco são a obesidade, a depressão, uma consequência de cirurgia na bexiga, doença pulmonar crônica e artrite.
Diagnosticando a bexiga hiperativa
A avaliação cuidadosa do histórico clínico do paciente, um exame físico e uma análise de urina (para descartar infecção), normalmente, são o suficiente para o diagnóstico. Em casos mais complexos pode ser utilizado o teste de urodinâmica, que visa avaliar o funcionamento do sistema urinário.
Como o problema é tratado
As possibilidades de tratamento estão divididas em três situações e podem ser utilizadas conforme cada caso específico: terapia comportamental, medicamentos e cirurgia.
Terapia comportamental – A terapia comportamental é estabelecida na mudança de comportamentos que possam minimizar o problema. A abordagem pode incluir alterações na dieta, por exemplo. Algumas substâncias e alimentos que devem ser evitados, por exemplo, incluem os ricos em cafeína, o álcool, os refrigerantes, os chocolates e os alimentos ricos em potássio.
Outra orientação é que o paciente continue a se hidratar normalmente. Muitas pessoas relacionam a ingestão de água com o problema e acreditam que se deixarem de tomá-la vão parar de ir ao banheiro com tanta frequência. O problema é que a falta de água irá apenas atrapalhar o funcionamento da bexiga.
Uma outra abordagem na terapia comportamental é que o paciente comece a ter consciência da periodicidade com que vai ao banheiro. Depois de entender essa frequência, ele pode começar a definir a sua própria frequência para irem “treinando” a sua bexiga. Exercícios pélvicos, para a diminuição de peso e parar de fumar também são outras indicações.
Terapia Medicamentosa – Dependendo do caso, o uso de fármacos pode ser indicado. Agentes anticolinérgicos, como a oxibutinina e a tolterodina podem ser usados no tratamento. Em outros casos, a aplicação de toxina botulínica também é uma opção.
Cirurgia – Em último caso, quando as outras opções já foram esgotadas, existe o tratamento cirúrgico. A cirurgia pode ser feita através de duas abordagens diferentes. A primeira consiste em aumentar o tamanho da bexiga, utilizando segmentos do intestino, e a segunda é a retirada da bexiga.
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