Atualmente, existem diversos procedimentos que podem ser feitos para o controle da natalidade, tanto por homens quanto por mulheres. Uso da camisinha, que também impede a contração de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), pílula anticoncepcional, pílula do dia seguinte em casos extremos são apenas alguns exemplos. Além do preservativo, muitos homens, em especial os que estão em relações sérias com uma mesma parceira, optam pela realização da vasectomia. Nesse ponto, surge a questão: é possível realizar a reversão da vasectomia?
Antes de mais nada, é necessário frisar que essa é uma pergunta de extrema importância, uma vez que cada vez mais homens optam por essa forma de controle de natalidade. Para se ter ideia, o número de procedimentos passou de 7.800 em 2001 para 34.000 em 2009, reforçando a preferência crescente pelo procedimento.
No entanto, é preciso considerar que hoje o número de divórcios formais ou informais aumentou, assim como a expectativa de vida, e, com os medicamentos para impotência disponíveis no mercado, muitos homens estão optando por ter filhos em idade mais avançada. Para aqueles que pretendem fazer essa intervenção, a boa notícia é que trata-se de um procedimento reversível.
Como é feita a reversão da vasectomia?
Como já dito acima, essa ação é totalmente possível, graças à crescente especialização de urologistas e ao avanço das técnicas em microcirurgia, ou seja, é preciso que o urologista responsável pela realização do procedimento seja altamente capacitado e consiga performar microcirurgias.
O procedimento é realizado por meio de uma anastomose, que, apesar do nome complicado, indica a ligação entre as partes do deferente (nome dado ao canal que vai do testículo até a vesícula seminal e pelo qual os espermatozoides circulam) ou do deferente ao epidídimo (local no qual os espermatozoides amadurecem e ganham capacidade de locomoção). A utilização da microcirurgia é extremamente necessária, pois é através do microscópio que as chances de sucesso de procedimento são, em grande parte, garantidas.
As taxas de sucesso da reversão e de gravidez são bastante altas e estão atreladas a três principais fatores. O primeiro, à qualidade do esperma, fator independente da realização ou não da microcirurgia, o segundo, à idade da parceria que deseja engravidar, e o terceiro, ao tempo de realização da vasectomia.
Com relação ao último fator, quanto menor for o intervalo entre a realização da microcirurgia e a reversão, maiores são as chances de sucesso. Assim, para cirurgias realizadas até 3 anos antes, as chances de sucesso são de 85%. De 3 a 6 anos, 75%. De 6 a 9 anos, 65%. De 9 a 12 anos, 50%. 13 anos ou mais, 40%, e assim sucessivamente.
Por fim, vale frisar que, na grande maioria dos casos, a reversão da vasectomia constitui-se em um procedimento extremamente seguro, com chances de complicações quase ínfimas. Nos casos em que há complicações, elas costumam ser hematomas ou infecções de baixa gravidade, que na maioria das vezes nem sequer exigem tratamento.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como urologista em Goiânia!
