Na antiguidade, Priapus era um respeitado Deus entre gregos e romanos, pois era o símbolo máximo da masculinidade, representado com membro sempre ereto e por isso considerado sinônimo de fertilidade e bons resultados nas plantações. É desse importante personagem mitológico que vem a condição urológica que será tratada neste artigo, o priapismo.
Dito de uma maneira simples, trata-se de um condição na qual o membro sexual masculino fica ereto por longos períodos de tempo. Mais especificamente, o quadro é caracterizado como tal quando a ereção se prolonga por um período superior a 6 horas. Dessa maneira, trata-se de uma emergência médica, pois pode levar a sérias consequências, conforme será visto na sequência.
Tipos de priapismo
Na literatura médica, a condição é classificada em dois grandes grupos: o isquêmico e o não isquêmico. Para que uma ereção possa ocorrer, é necessário uma grande quantidade de sangue, que enche os chamados corpos cavernosos no interior do pênis, permitindo que ele fique ereto.
No priapismo isquêmico, o que ocorre é que o sangue fica aprisionado nos corpos cavernosos, causando uma ereção prolongada. No não isquêmico, ocorre justamente o contrário, isto é, o sangue entra e sai dos corpos cavernosos de maneira constante, e por isso o pênis não chega a ficar completamente ereto. 90% de todos os casos correspondem ao isquêmico.
Vale destacar que a ereção é um processo bastante complexo do corpo masculino, uma vez que envolve hormônios, nervos, vasos sanguíneos, cérebro, medula e, claro, o próprio pênis, e por isso a definição da causa dessa alteração também é extremamente complexa.
No caso do isquêmico, fatores como uso de drogas ilícitas, leucemia, uso de medicamentos para ereção, uso de medicamentos com ação anticoagulante ou antidepressiva, doenças malignas e anemia falciforme estão dentre as principais causas. Já na não isquêmica, a principal razão são traumas, como cirurgias, que causam comunicação (fístula) entre determinada artéria e a veia do pênis, permitindo o fluxo sanguíneo constante.
Tratamento do priapismo
A primeira medida a ser tomada pela equipe médica é fazer com que a ereção cesse, e isso pode ser realizado por meio da sucção do sangue presente nos corpos cavernosos ou com o uso de medicamentos que promovem a contração das veias, diminuindo o fluxo sanguíneo no local.
Em casos mais extremos, em que as duas medidas iniciais citadas acima não surtem efeito, é necessário realizar uma intervenção cirúrgica, para realizar a comunicação dos corpos cavernosos com os tecidos restantes do pênis, impedindo que o sangue seja aprisionado. No entanto, a cirurgia é o último recurso utilizado, uma vez que o risco de problemas relacionados à disfunção erétil após o procedimento é grande.
Na sequência, é necessário uma investigação para descobrir as causas do priapismo, independentemente de ser do tipo isquêmico ou do não isquêmico, prevenindo episódios e complicações futuras, como disfunção erétil e mesmo necrose do tecido peniano.
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